Os dois últimos anos mais aguardados pelo acadêmico de Medicina é o internato, pois são neles que vivemos todos os dias a medicina em sua íntegra e é no quinto ano médico que se iniciam os plantões médicos acadêmicos.
Na Faculdade de Ciências Médicas de Santos (FCMS), o internato no quinto ano é dividido entre as principais grandes áreas da medicina: Ginecologia e Obstetrícia (GO), Pediatria, Clínica Médica e Clínica Cirúrgica, com uma duração de aproximadamente três meses em cada estágio.
Na Ginecologia e Obstetrícia (GO) os estágios são no pré-natal, puerpério e ginecologia, além disso, são realizados plantões de 12h na maternidade do Hospital Guilherme Álvaro.
Em pediatria, os estágios se dividem em urgências e emergências, neonatologia, puericultura, dermatopediatria, endocrinopediatria e enfermaria.
Durante a clínica médica, enquanto metade do grupo passa pelo SAMU, a outra se encontra no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, onde é muito enriquecedor acompanhar de perto os casos mais complexos em um grande centro de referência. Ainda na clínica, passam também pela enfermaria, nos ambulatórios de endocrinologia, neurologia, reumatologia, gastroenterologia e infectologia, na estratégia e saúde da família, onde frequentamos a UBS e por fim, nos CAPS (centro de apoio psicossocial) durante o estágio de saúde mental.
Em cirurgia, além do centro cirúrgico no Hospital Beneficência Portuguesa de Santos, Santo Expedito (Apas) e Guilherme Álvaro em cirurgia pediátrica, também passam nos ambulatórios de oftalmologia, urologia, cirurgia geral, vascular e pediátrica e nas simulações realísticas de ATLS, APH (atendimento pré-hospitalar), videolaparoscopia, drenagem torácica e diagnóstico por imagem.
Para falar melhor dessa jornada do quinto ano médico, convido a aluna Mariana Fernandes Ferreira, atualmente no 6° ano (57a turma FCMS), que relata que: “Após quatro anos no método tradicional de sala de aula e enfrentar um ano e meio de aulas online com as aulas práticas extremamente reduzidas em decorrência da pandemia do COVID-19, finalmente chegou o quinto ano, o penúltimo da graduação.
Durante esse período, vivenciamos um contato muito maior com a prática médica por meio dos estágios, onde atendemos pacientes ambulatorialmente ou no pronto socorro, discutimos condutas com os nossos preceptores, os quais estão sempre presentes nos supervisionando e orientando, participamos de cirurgias, instrumentando ou auxiliando e conhecemos mais a rotina de uma enfermaria.” A aluna alega que: “Embora seja um dos melhores anos da faculdade, por começar a vivenciar a nossa futura rotina diária, é um ano desafiador, de muitas mudanças e adaptações, novas experiências e alguns momentos de insegurança e preocupações. A partir do momento em que criamos mais contato com os nossos pacientes, é comum termos a sensação de que nosso conhecimento é insuficiente ou medo de fazer algo errado como não responder corretamente para o preceptor ou adotar condutas equivocadas, entretanto, faz parte do processo de adaptação, pois estamos começando a lidar com os pacientes em nossas mãos, a responsabilidade vai se tornando cada vez maior. O quinto ano me trouxe experiências gratificantes e de muito crescimento, tanto acadêmico como pessoal que irei levar para a vida.
E para finalizar, a acadêmica diz “Um conselho que eu daria aos recém e futuros internos é ser proativo, aproveitar todos os estágios, todas as oportunidades de realizar procedimentos, acompanhar casos clínicos interessantes, mesmo que tenha mais afinidade ou não com determinada especialidade.”
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