Gengivo-estomatite herpética

Agente etiológico:

A gengivo-estomatite herpética é uma doença contagiosa causada pelo primeiro contato do paciente com o vírus do herpes simples do tipo 1 (HSV-1).

Epidemiologia:

É de aparecimento mais comum em crianças entre 6 meses e 5 anos, mas pode ocorrer também em crianças maiores, adolescentes e até em adultos que ainda não tiveram exposição prévia ao HSV-1

Quadro clínico:

O tempo de incubação entre a exposição e o aparecimento dos sintomas é de 3 a 10 dias e as lesões da boca e da garganta podem durar de 7 a 14 dias, sendo muito dolorosas.

O quadro clínico pode variar de discreto, com algumas lesões vésico-erosivas e subfebril até quadros graves como febre alta, erupção vesiculosa, adenopatias e comprometimento do estado geral. Ainda pode fazer parte do quadro cínico a falta de apetite, aumento da sialorréia (baba), dificuldade de engolir, mau hálito, irritabilidade, insônia, dor de cabeça e nas articulações.

As lesões da estomatite herpética são caracterizadas por:

  • Estomatite: é o processo inflamatório que acomete a mucosa da boca;
  • Enantema: aparecimento de manchas vermelhas na superfície da mucosa da boca e da garganta;
  • São pequenas no início e muitas vezes confundidas com aftas;
  • São vesículas esbranquiçadas na área central cercadas por um halo vermelho;
  • Evoluem com o aumento de tamanho, podendo romper-se e confluir com as outras vesículas, formando pequenas úlceras rasas, com bordas bem definidas, vermelhas e extremamente dolorosas;
  • Essas lesões podem espalhar-se por toda a boca e apresentar algumas lesões satélites ao redor da boca;
  • As gengivas além de sensíveis e vermelhas, podem sangrar com facilidade.

Imunidade:

O HSV-1 que provoca a estomatite herpética é o mesmo responsável pelo aparecimento das lesões labiais.

Após o primeiro contato o vírus penetra nas terminações nervosas e se instalam nos gânglios, onde entram em estado de latência.

E se ocorre uma baixa da imunidade o vírus pode ser reativado, por diminuição das células de defesa, podendo provocar novos episódios da doença.

Infelizmente, ainda não temos a cura definitiva para esse vírus.

Tratamento:

Não existe tratamento definitivo.

É uma doença autolimitada que desaparece espontaneamente entre 7 e 14 dias. 

Aciclovir é um medicamento antiviral que se introduzido nas primeiras 72 horas da doença, reduz a replicação do vírus e, consequentemente, atenua todo o quadro clínico, tempo de contágio e o risco de complicações. 

Analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos podem ser usados para controle da dor, da febre e do mal-estar. 

Cuidados gerais:

  • Cuidado para o paciente não desidratar! Ofereça água em pequenos goles;
  • Cuidado também com a alimentação, pois os pacientes têm dificuldade para engolir;
  • Cuidado na hora de escovar os dentes, porque a dor é muito forte;
  • Lave sempre as mãos antes e depois de entrar em contato direto com as lesões do paciente;
  • Não colocar as mãos na boca e depois nos olhos;
  • Ofereça líquidos de preferência gelados;
  • Evite frutas ácidas (ex. laranja, abacaxi, morango e limão);
  • De preferência a alimentos pastosos (ex. sorvetes, iogurtes, cremes e purês);
  • Nunca sirva alimentos muito condimentados ou quentes;
  • Comidas com pouquíssimo sal;
  • Não aplique bicarbonato de sódio puro diretamente sobre as feridas, pois destroem as células nervosas e lesam ainda mais a mucosa oral;
  • Ao primeiro sinal de desidratação e complicações procure imediatamente o atendimento médico;

Procure sempre o médico para o diagnóstico e orientações.

Link do artigo: https://jornaldaorla.com.br/noticias/50713-gengivo-estomatite-herpetica/

Sobre a doutora 

Júlia Mendes

Médica Dermatologista e Profª: Dermatologia na faculdade de Medicina FCMS e Especialização da SBD em Estética. Laser, Cirurgia e Beleza.

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