Águas-vivas: saiba quais são os primeiros socorros

Verão, sol, praia, fiquem atentos com as perigosas águas-vivas e caravelas e saibam como conduzir os primeiros socorros.

Classificação:
Águas-vivas ou medusas,
Animal marinho invertebrado do filo cnidária
Classe: scyphozoa
Descritas 1500 espécies diferentes
Vivem por volta de 6 meses;

Características:
Praticamente habita todos os oceanos do planeta;
Algumas espécies sobrevivem em ambientes de água doce;
Algumas medusas brilham no escuro;
Não possuem cérebro;
O seu corpo tem a forma de sino, margeado por tentáculos;
Possui consistência gelatinosa (composto na quase totalidade por água);

Tentáculos e toxinas:
Nem todas as espécies possuem tentáculos;
Os tentáculos possuem as células especializadas na produção de toxinas;
As toxinas são os órgãos de defesa e atuam como instrumento para a coleta de alimentos;
A toxina de algumas espécies de água-viva é mais potente que o veneno de algumas cobras;
As substâncias urticantes auxiliam na captura das presas;
São carnívoras (alimentam-se de pequenos animais aquáticos) ou de microplânctons em suspensão nas águas.
Na Austrália é onde vivem as espécies mais venenosas;
No Brasil a grande maioria é inofensiva;
Quando se sentem ameaçadas, soltam um tipo de ferrão microscópio dotado de filamentos que injetam uma substância venenosa na pele, produzindo uma dor intensa semelhante à da queimadura.
A toxina produzida pelas águas-vivas pode provocar irritações semelhantes a queimaduras e até levar ao óbito, com reações alérgicas fortes;
Segundo o dermatologista especialista no assunto o Drº Vidal Haddad Júnior, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o ferimento provocado pelas águas-vivas não é uma queimadura e sim um envenenamento da pele causado pelas toxinas liberadas pelas medusas.

Atenção:
Para não tocar sem perceber em uma água-viva no mar ou pisar em uma delas na areia, enquanto caminha pela praia.
Águas-vivas são vistas em águas rasas ou na areia das praias.
Nunca toque nelas, pois mesmo mortas podem eliminar veneno pelos tentáculos;
Não nadar onde há grande concentração de águas-vivas;
O aumento de casos de acidentes aquáticos por água-viva no verão é porque muitas espécies entram na fase reprodutiva e ocorre um aumento de turistas na praia

Sintomas:
São decorrentes da lesão provocada pela água-viva;
Dor forte, inchaço e ardência,
Acompanhados por manchas vermelhas ou escurecidas (deixadas pela ação do veneno na pele do paciente).
A gravidade das lesões está diretamente associada a área de contato atingida, ao tipo e tamanho do animal que produziu a lesão e à idade e condições de saúde da vítima.
Nos casos mais graves podem surgir reações sistêmicas que agravam o quadro, com quadro de câimbras, dificuldade para respirar e engolir, dor no peito e de cabeça, erupção cutânea, náuseas e vômitos.
Reações alérgicas, com edema de glote e choque anafilático, podem pôr em risco a vida de algumas pessoas

Primeiros socorros:
Retirar a pessoa imediatamente do mar;
Lavar o ferimento, sem esfregar, com muita água salgada (água do mar); jogar bastante água do mar sobre a região afetada;
Para efeito analgésico são feitos compressas de água do mar e de soro fisiológico gelado;
O passo seguinte é remover os tentáculos que podem ter aderido à superfície da pele (com ajuda de uma pinça, palito de sorvetes ou até um cartão de crédito, por exemplo)
É possível retirar os tentáculos sem promover a liberação das toxinas ainda retidas nas células do animal.
Próxima etapa é fazer 30 segundos de compressas de vinagre que neutraliza a ação das toxinas liberadas pela água-viva e aliviam a dor causada pelas toxinas;
Não esqueça de aplicar filtro solar na área, pois ela estará mais sensível.
Fiquem atentos, pois cada organismo reage de forma diferente ao contato com o veneno da água-viva;
Recomenda-se atendimento médico imediato se os sintomas persistirem ou piora do quadro.
Atenção redobrada com crianças e idosos, pois são mais sensíveis aos efeitos tóxicos da substância inflamatória e urticante que as medusas eliminam quando ameaçadas.

Nunca se deve fazer:
O que não fazer é a melhor maneira de evitar complicações e não agravar o ferimento
Nunca lavar com água doce, Coca-Cola, jogar xixi, lavar com sabonete ou jogar álcool na área afetada, pois essas substâncias podem liberar o veneno ainda retido nas células dos tentáculos.

Link do artigo: https://jornaldaorla.com.br/noticias/aguas-vivas-saiba-quais-sao-os-primeiros-socorros/

Sobre a doutora 

Júlia Mendes

Médica Dermatologista e Profª: Dermatologia na faculdade de Medicina FCMS e Especialização da SBD em Estética. Laser, Cirurgia e Beleza.